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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Suplemento alimentar

Nas salas de ginástica, entre um aparelho e outro, sempre tem alguém puxando ferro ou suando na esteira com uma dose de suplemento alimentar do lado para consumir. Tudo para reduzir mais rápido a massa gorda e evidenciar a magra, com músculos fortes e definidos. Atenta a essa febre, a mestre em nutrição esportiva Márcia Daskal Hirschbruch (SP) fez uma pesquisa com 201 freqüentadores de academias paulistas e descobriu o seguinte: dos 61% que usam algum suplemento, 41% não receberam indicação especializada, 27,5% passaram a ingerir depois da sugestão de treinadores e somente 10% utilizam sob supervisão adequada de um nutricionista ou médico (de preferência formado em medicina esportiva) - os únicos profissionais capacitados para fazer a prescrição.
O estudo ainda apontou que os maiores consumidores são aqueles que fazem musculação, lutas, ginástica aeróbica e localizada, praticam exercícios há cerca de 12 meses e malham mais de 15 horas semanalmente. Mais: 39,84% consomem dois ou mais tipos diferentes de suplementação, 8% não sabem dizer qual a finalidade do produto que tomam e 48% são mulheres. Detalhe: elas preferem bebidas esportivas, vitaminas e minerais.

SUPLEMENTOS VALEM SÓ PARA ATLETAS DE ELITE QUE NÃO INGEREM ALIMENTOS SUFICIENTES para suprir as cerca de 3.000 calorias gastas todos os dias. Eles são desnecessários para 80% dos malhadores de academia

PARA QUE SERVE
Antes de rotular os suplementos como grandes vilões, saiba que eles foram desenvolvidos para dar uma dose extra de nutrientes ao organismo de superatletas com o objetivo de melhorar a performance nas competições e nos treinos. "A indicação vale para os atletas de elite (profissionais) que não ingerem alimentos suficientes para suprir as cerca de 3.000 calorias gastas diariamente", analisa Márcia, que acredita que a suplementação é desnecessária para 80% dos malhadores de academia.
O mestre em educação física Fabio Saba (SP) conta que o consumo cresceu muito nos últimos anos entre praticantes de atividades físicas que não precisam desses acréscimos na dieta. E faz um alerta: "A literatura especializada mostra que não há evidências de que os suplementos fazem diferença no desempenho do exercício para esportistas recreativos que comem de forma adequada". E é aí que mora o perigo. Além de não trazer bons resultados, alguns produtos usados indevidamente ainda surtem efeitos colaterais. Suor excessivo, aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, insônia, alteração na percepção da dor e cansaço (que pode levar a lesões musculares) são os danos mais conhecidos.

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